segunda-feira, 5 de abril de 2010

Autopsicografia - Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

Pois é, não tem como não admirar um poeta tão complexo e encantador. Sou fã desse extraordinário autor, e queria compartilhar com vocês esse poema tão significativo.

Espero que tenham gostado.

Beijo.
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